Texto: Aurilene Damasceno
O patrimônio histórico e cultural é um dos pilares fundamentais na formação da identidade coletiva, sendo composto por bens materiais e imateriais, tais como edifícios, monumentos, praças, tradições, festas e manifestações artísticas. Preservar o patrimônio é, essencialmente, resgatar a história, perpetuar valores e assegurar que as novas gerações não vivam sob as "trevas do anonimato", como sintetiza Nildo Lage, citado por Ivone Maire Antunes Bezerra (2017).
Segundo Ivone Maire Antunes Bezerra, em sua dissertação de mestrado pela Universidade Estadual do Ceará, o patrimônio do centro de Fortaleza concentra edificações relevantes desde o século XIX, como igrejas, praças, palacetes, prédios públicos e particulares, muitos deles tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O núcleo original da cidade teve início com o Fortim São Sebastião em 1612, evoluindo para a Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção em 1812, hoje monumento da memória local (IPHAN). Outros exemplos são o Teatro José de Alencar e o Sobrado Dr. José Lourenço. Importante equipamento cultural, construído na segunda metade do século XIX, é considerado uma das primeiras edificações de três andares em Fortaleza, faz parte da arquitetura histórica da cidade de Fortaleza e tombado como patrimônio pelo Governo do Estado em 2004. Os dois, assim como outros, contribuem tanto para o cotidiano quanto para o turismo cultural e urbano, ao oferecer visitas guiadas. Isso é um diferencial importante para a acolhida do público que deseja saber mais sobre a cultura e a arte do nosso Estado.
Outros símbolos notáveis são: a Catedral Metropolitana de Fortaleza, com estilo neogótico, reconhecida como monumento histórico. A Praça dos Mártires, também chamada de Passeio Público, é um marco paisagístico e sociocultural. O Cineteatro São Luiz, que contribui muito para a cena cultural cearense, é uma referência para gerações de moradores. Esses são apenas alguns dos nossos monumentos, símbolos do nosso patrimônio, que reforçam o sentimento de pertencimento da população.
Ivone (2017) destaca ainda, que o processo de valorização do patrimônio passa pela conscientização da sociedade e pelo fortalecimento das políticas públicas de proteção e educação patrimonial, que ajudam na manutenção de costumes e tradições, além de proporcionar alternativas de desenvolvimento social e econômico, como o turismo urbano. A autora aponta que há grande potencial no centro de Fortaleza para a exploração turística, desde que seja garantida a conservação dos bens, incorporação de ações de marketing público e privado, e incentivo à revitalização dos espaços.
O IPHAN reforça que "preservar é manter viva a história", sendo o patrimônio o elo entre passado e presente, responsável pela valorização da diversidade cultural e pela projeção da cidade no cenário nacional. A instituição destaca em seus textos o papel central do patrimônio no acolhimento dos turistas e na formação de uma memória coletiva robusta, que inclusive proporciona benefícios econômicos e fortalece o sentimento de pertencimento dos cidadãos.
Em síntese, o patrimônio histórico e cultural do centro de Fortaleza, ao ser valorizado e preservado, contribui para o resgate da memória local, o fortalecimento da identidade, a educação da população e o desenvolvimento sustentável da cidade. O Dia Nacional do Patrimônio, celebrado em 17 de agosto, é uma oportunidade para renovar o compromisso com a proteção dessas riquezas, que são verdadeiros cartões de visita para a comunidade e para visitantes.
Bezerra, Ivone Maire Antunes. “O patrimônio histórico do centro de Fortaleza e a viabilidade do turismo urbano.” Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual do Ceará, 2017. (Acesso em: 16/08/2025)
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Página “Fortaleza (CE)”. (Acesso em: 16/08/2025)
Lage, Nildo. Citado na dissertação de Bezerra (2017). (Acesso em: 16/08/2025)
Instituto Mirante. “Sobrado Dr. José Lourenço.” (Acesso em: 16/08/2025)