Texto: Rodrigo Melo
Nesse trabalho maravilhoso de observação do patrimônio de Fortaleza, sinto-me dentro de uma máquina do tempo a cada passo que dou no centro da cidade ou, melhor dizendo, na nossa "RUA", pois cada construção tem sua história e marca no tempo, e quando conseguimos acessar esse conhecimento, temos uma sensação maravilhosa de nos sentir fortemente enraizados com a nossa Fortaleza.
PATRIMÔNIO, essa antiga e bela palavra, é ligada às estruturas familiares, econômicas e jurídicas de uma sociedade estável, enraizada no espaço e no tempo. Olhar para trás e conseguir enxergar o que foi aquilo e qual seu significado para a sociedade é enxergar a herança de um povo e sua cultura.
"VER E SENTIR..."
Quando comecei a pesquisa no centro da cidade, confesso que não sabia a dimensão dela. Como de costume, cheguei bem cedo no centro, estacionei a moto na minha querida praça do Ferreira e caminhei até o destino. Estava ansioso para começar! Fui reparando os prédio imaginando o que ia aprender. Segui na Guilherme Rocha e, chegando à praça José de Alencar, vi o teatro: lindo, imponente, realmente a cereja da praça!
Mesmo chegando cedo, na praça já não era cedo, pois o centro é como um grande organismo vivo que desperta às vezes rápido quando é preciso e às vezes devagar, nunca lentamente. Lembro de ver vários trabalhadores tomando café, outros conversando com seus colegas, muitos conversando com os vendedores ambulantes. Comida não era problema: vendedores de lanches estacionam seus carrinhos e ali é vendido de tapioca a cachorro quente, e era naquele momento que o centro ia despertando.